A
diversidade linguista na Europa
O
caso italiano
A
diversidade linguística em que a sociedade humana e fértil, tem vindo ao longo dos séculos e em especial na actualidade, a ser influenciada
pela globalização da sociedade com a redução numero de falantes de
muitos dialectos e línguas regionais.
A
diversidade é garantida pela Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias, sendo contudo difícil assegurar a preservação de
muitos dos dialectos e línguas minoritárias e regionais, quando por
força do reduzido numero de falantes, não existem estruturas que
permitam o ensino das mesmas ás novas gerações, assim como se torna não rentável económicamente a edição de publicações nessas línguas.
Apesar
do multilinguismo ser hoje a regra abrangente a grande parte da
sociedade, aplica-se fundamentalmente ás línguas mais faladas, devido há existência de mais meios escritos e dos relacionamentos sociais e económicos privilegiarem as línguas com maior número de utilizadores.
Em Itália, para além da língua oficial (o italiano), existe um conjunto
de línguas minoritárias e dialectos falados por franjas da respectiva população, representando um mosaico linguístico que contribui para o
enriquecimento e diversidade cultural da sociedade italiana:
- Veneto (3.316.000), Sardo (1.269.000), Friulano (750.000), Tirolês (290.000), Occitano (178.000), Sassarese (120.000), Corso Gallurese (100.000), Albanês (98.000), Franco-provençal (90.000), Ladino (55.000) Esloveno (50.000), Catalão (26.000), Francês (20.000), Grego (20.000), Ligure (12.000), Bávaro (3.100), Croata (2.600), Carinziano (2.000), Carnico (1.400) Tirolês (Pusterese) (700) e Romaniska (100).
Através da Lei 482/1999, as autoridades italianas tentaram preservar alguma
da diversidade linguística da península italiana, abrindo caminho
para o bilinguismo oficial nas regiões e nalgumas comunas. No Friuli-Veneza Júlia, existem outras três línguas oficiais além do
italiano-toscano: o friulano, o alemão e o esloveno e a Sardenha
está em vias de adoptar o regime bilíngue com o sardo.
Através desta lei foram
reconhecidas a língua e a cultura das populações albanesas,
catalãs, germânicas, gregas, eslovenas e croatas e daquelas
falantes de francês, franco-provençal, friulano, ladino, occitano e
sardo.
Apesar
destes esforços com o reduzido numero de falantes de alguns dos
dialectos e línguas regionais, a globalização da sociedade e a ameaça
das línguas mais faladas, corre-se o risco de a prazo se perderem os
mesmos, bem como muita da cultura que sempre esta associada a uma língua ou dialecto.
Este
esforço de preservar a identidade e variedade cultural italiana, com
as dificuldades inerentes ao reduzido numero de falantes e a falta de
locais e meios de aprendizagem, e comum a quase totalidade dos países europeus, sendo certo que as leis não mudam a realidade, apenas
criando as condições para que esta possa ser moldada.
A sobrevivência deste caldo de culturas, representado pela diversidade linguística, depende da capacidade de se incentivar e proteger o
ensino das línguas minoritárias em todos os níveis educativos, nas
escolas oficiais, académicas e pré-primárias, o que representa um
custo financeiro que nem todos os Estados estão dispostos ou disponíveis para suportar.
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