Dia Mundial da
Alimentação
16
de Outubro
Assinala-se hoje,
16 de Outubro de 2015, o Dia Mundial da Alimentação.
Em pleno século
XXI somos capazes de colocar seres humanos na superfície da
Lua, enviar naves sofisticadas para fora do sistema solar, ver os
confins do universo, mas não conseguimos encontrar resposta para
assegurar a alimentação de 800 milhões de pessoas.
Muito se
desperdiça em termos alimentares nos países mais evoluídos e
apesar da boa vontade de grupos que vão lançando projectos de
recolha dos desperdícios alimentares e sua distribuição pela
famílias mais carenciadas, é confrangedora a inacção do poder
político nesta matéria.
Confrangedora mas
não incompreensível pois mais uma vez os interesses dos grandes
grupos económicos sobrepõem-se ao interesse geral da humanidade.
A nível dos
países mais pobres vão-se dizendo umas palavras simpáticas para
ficar bem na fotografia, vai-se enviando alguns bens para que conste
que se fez, mas não existe um mínimo de vontade política em
resolver o problema.
Convém manter a
pobreza e a educação reduzida em muitas latitudes (quantas mais
melhor) para garantir muita mão-de-obra barata, acesso facilitado a
matérias primas e um sistema corrupto q.b. para assegurar negócios
muito lucrativos e, de preferência, umas guerritas regulares porque
a indústria de armamento também precisa de ganhar dinheiro.
Na Europa a
suposta liderança (que nada lidera por falta de capacidade, vontade
ou autorização dos mercados) impõe umas pretensas políticas de
austeridade que mais não são do que a transferência de dinheiro do
mercado real para o mercado monetário (traduzindo para português:
do bolso de quem trabalha para as contas em off-shores de banqueiros,
especuladores e corruptos).
Estas políticas
resultam em problemas alimentares em plena Europa, obrigando à
multiplicação de projectos de apoio alimentar (mensais ou diários)
para responder a um crescente número de pessoas necessitadas, a par
da deterioração da qualidade da alimentação da generalidade das
vítimas da austeridade.
Na Europa do
século XXI é incompreensível e inaceitável que se multipliquem as
cantinas sociais em países onde se nega a existência de carências
alimentares.
Estados que
cortam nos benefícios sociais e nos rendimentos do trabalho e
implementam políticas activas de promoção do desemprego, promovem
este exemplo de política assistencialista com o único intuito de
encobrir o resultado desastroso destas políticas de bem servir os
mercados.
Quantas crianças
em Portugal vão hoje para a escola sem pequeno-almoço e acabam por
se sentir mal e render menos ao longo do dia? Muitas certamente, mas
as estatísticas oficias são bem mais simpáticas do que a realidade
(avaliações por objectivos oblige).
No Dia Mundial da
Alimentação deve-se pensar seriamente em tudo o que se podia fazer
e não se faz para aproveitar os desperdícios e os excessos de
produção alimentar nalguns locais para evitar carências noutros
lados.
Quem devia
pensar, decidir e resolver, assinala certamente o Dia Mundial da
Alimentação com lautos almoços em restaurantes que praticam preços
incomportáveis para o cidadão comum.
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