Diversidade linguística na Europa III

Diversidade Linguística na Europa
O caso da Bélgica
A Bélgica é caso especifico na Europa,com uma forte bilingue, sendo que 55% da população fala flamento e 38% fala francês, numa divisão geográfica muito acentuada e notória (o norte flamengo e o sul francês, com uma pequena zona onde se fala predominantemente alemão.
Para além destas três línguas, também são reconhecidas como línguas minoritárias o limburguês, o brabantino, o valão, o picardo, o champenois, o lorrain, o luxemburguês, o Yiddish e o alemão ocidental.
Apesar de constitucionalmente existir liberdade linguística, a nível da administração pública recorre-se, naturalmente, às línguas com mais falantes, correspondendo o seu uso ao da maioria da comunidade regional.
As divergências entre as duas principais comunidades linguísticas têm estado na origem de uma multiplicidade de problemas, nomeadamente a nível da formação e manutenção de governos, falando-se recorrentemente de uma eventual secessão da Flandres que constituiria de jure o fim da Bélgica.
Esta possibilidade parece todavia remota devido ao factor unificador que representa a monarquia belga, à integração na União Europeia (realce-se a importância de que Bruxelas se reveste para as instituições europeias e os problemas que resultariam de uma eventual secessão flamenga) e à pressão dos estados vizinhos (e não só) que também têm os seus problemas com regiões onde a ambição independentista é mais ou menos latente (o efeito dominó – no dia em que uma região europeia alcançar a independência, outras tentarão seguir o exemplo).
É a capacidade de promover e valorizar a coexistência de uma vasta miríade de perfis linguísticos e culturais que enriquece e valoriza a Europa, garantindo-lhe um cunho próprio e uma diversidade que ao entrecruzar-se catapulta os europeus para um caminho de progresso e desenvolvimento comuns longe dos conflitos históricos, religiosos, culturais e linguísticos que pintaram de cores trágicas a nossa história comum.

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