Sonhei...

Sonhei
Sonhei...
Sonhei que era capaz de ser feliz...
Sonhei que podia correr por aí, viver aventuras, descobrir todos os cantos e recantos deste mundo que é nosso...
Sonhei que podia mergulhar numa biblioteca cheias de mundos, histórias e conhecimentos, perder-me dias a fio nos labirintos da imaginação...
Sonhei que neste mundo já não tinha inseguranças e medos, que sabia fazer e dizer a coisa certa no momento certo...
Sonhei que te podia ter a meu lado, partilhar sonhos e desventuras, sempre certos de sermos o porto seguro um do outro...
Sonhei que já não havia pobreza, guerra, doença ou solidão, males ultrapassados pelo bom-senso humano...
Sonhei que a acção do homem era sempre movida pelo bom senso...
Sonhei que este era um mundo quase perfeito (que mundos perfeitos não se querem por áridos de experiências)...
Sonhei que todas as vidas eram vividas e respeitadas, humanas ou animais, todos iguais nos direitos e deveres, no respeito por toda a criação...
Sonhei que neste mundo o sofrimento era um conceito perdido na memória de empoeirados livros de história...
Sonhei...
Acordei...nas trevas do quarto apenas o som das asas do grande corvo negro da realidade...
Acordei... era apenas um sonho...

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