Há muitos anos um miúdo de 10 anos, solitário e inadaptado, entrou numa escola secundária e foi ao longo dos tempos alvo das habituais patifarias que os colegas fazem a quem não está integrado.
Não sendo a pior, o circulo foi a mais marcante.
Num dia de manhã, no átrio dos laboratórios viu-se no meio de um circulo com dúzias de miúdos à volta.
Empurrado de um lado para o outro não se conseguia libertar por força do sempre renovado desequilíbrio.
Reparou que num dos lados do circulo estava o único amigo que tinha.
Esforçou-se para em desequilíbrio ir ter com ele, crente de que o iria ajudar.
Que fez o amigo?
Devolveu-o para dentro do circulo...
Eventualmente acabou por se conseguir libertar mas para sempre ficou a marca de que quando estivesse em apuros só podia contar com ele
Ao longo da escola só teve dois amigos e a vida não lhe deu mais do que um ou dois amigos verdadeiros
Mesmo sentindo uma enorme de vontade de partilhar a dor e os sonhos estava sempre presente o medo de ser devolvido para dentro do circulo...
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