07:15
da manhã...
Como
sempre...
Desde
que esta pequena felina preta com o pelo coberto de manchas de um
castanho alaranjado e o nariz amarelo me adoptou deixei de precisar
de tecnologia para despertar...
Infalivelmente
à mesma hora aí está ela a acordar-me exigindo a comida matinal …
Curiosos
os mecanismos da evolução – em vez destes felinos espertos e
confiantes, foi um primata mal humorado quem tomou conta do
planeta...
Pela
janela vislumbro o céu cor de chumbo e fortes bátegas de água
martelam a janela do quarto... que tempo... nunca me hei-de habituar
a tanta humidade...
Preparo-me
para sair... o chefe não gosta de atrasos... ironia ou não fora eu
meu próprio chefe...
Frente
ao espelho da casa de banho acciono a consola lateral e logo este se
ilumina numa profusão de canais de multiplas funções e origens...
Percorro
desinteressadamente os de informação... nada de não usual... um
atentado falhado no centro de Dortmund, uma inundação em Paris,
motins em Salónica, a evolução da epidemia de Ébola no centro da
Ásia (depois de tornar África inabitável parece imparavél...)..
O
alerta de mensagens debita qualquer coisa sobre humanos hostis na
cidade... como se não o fossem todos... não presto demasiado
atenção...
Olho
para o frigorifico pensando no que comer antes de sair, mas decido
saltar a primeira refeição do dia...
O tablet com toda a informação disponível sobre a actividade na Terra permanece pousado no sofá onde ficou ontem à noite.
Arrumo na prateleira o livro que me acompanhou grande parte da noite... uma curiosa história sobre um país chamado Egipto que há uns quantos milhares de anos teve uma civilização imponente...
Olho as prateleiras todas devidamente arrumadas com umas centenas de livros de história local... pelo menos organizado sou...
O tablet com toda a informação disponível sobre a actividade na Terra permanece pousado no sofá onde ficou ontem à noite.
Arrumo na prateleira o livro que me acompanhou grande parte da noite... uma curiosa história sobre um país chamado Egipto que há uns quantos milhares de anos teve uma civilização imponente...
Olho as prateleiras todas devidamente arrumadas com umas centenas de livros de história local... pelo menos organizado sou...
Visto
a gabardina e coloco o chapéu impermeável (inútil mas fica sempre
bem...)...
Saio
do apartamento e um ar gélido entorpece-me até à alma...
Onde
está o Jad? Já nem na segurança de élite se pode confiar... vou
ter de fazer o trajecto até ao escritório a pé e com este tempo...
Não
fossem os inevitáveis interesses económicos e nunca o Conselho
Galáctico teria aberto a Terra ao turismo inter-espacial...
Que
clima horrível... e os habitantes? Conflituosos, perdem tempo
infinito a matarem-se uns aos outros por querelas que ninguém
entende...
Não
levará muito tempo até que consigam aceder e compreender a
tecnologia das viagens entre galáxias, dos transportes e das armas
das diversas raças...
Quando
o fizerem vão ser uma dor de cabeça para o universo...este
planetóide devia ter continuado fechado ao contacto com outras
galáxias...
Já
vão chegando com crescente regularidade notícias de rebeliões e
atentados contra turistas espaciais e delegados do Conselho
Galático...Há uma semana infiltraram-se no centro de recepção de
Tóquio e foi uma chacina...
Nem
uma divisão de soldados Gharb os intimidou... dos mais duros do
universo... tipicamente associaram-nos ao folclore local e
chamam-lhes trolls... e corrompem-nos com jogo e álcool... e
tornam-nos ineficazes...
Onde
está aquele maldito Jad? Gharb de élite pois sim... deve ter
passado a noite a jogar e não se consegue levantar... devia ser
adoptado por um felino... esses sim deviam ser os verdadeiros
senhores do planeta...
Começo
a caminhar no meio da torrente de água que cai do céu... são 250
metros até ao escritório e não se vê ninguém...
Quem
me mandou candidatar a delegado do Conselho Galático neste fim de
mundo? É bem remunerado mas o clima e as gentes não compensam...
A
meio do caminho, atrás de um transportador mal estacionado uma
sombra escura no chão...
Uma
dor profunda dilacera-me as costas, turvando-me a visão... este
clima não é para mim e devia ter tomado o pequeno almoço ou
informado que estava doente...
Jad...
caído no chão junto ao transportador... deve ter bebido tanto que
nem a chuva o acorda...
Os
joelhos dobram-se e caio no chão duro e molhado... aquela dor...
Porque
é que o Jad está deitado em algo vermelho?
Devia
ter tomado o pequeno almoço... a dor aumenta... Também eu estou em
cima de algo vermelho...
Deixo
de ver... antes de mergulhar na escuridão penso que devia ter
prestado atenção ao alerta … e tomado o pequeno almoço...
a chuva e a ideia de cidade ...influencia do Blade Runner?
ResponderEliminarou a agua sempre a cair no primeiro Alliens.
Giro a macha vermelha....