Mar só...



Gostava que a vida corresse como um rio
De águas límpidas e tranquilas
Seguindo o seu curso até à foz

Porque é que a vida tem de ser um mar revolto
Com ondas entrecruzadas
Ventos fortes e relâmpagos?

O leme pesa nas mãos
O cansaço pede que o largue
A tristeza invade a alma
Plena de solidão…

Não há mais porto seguro
A tempestade não apazigua
A esperança perdida nas voltas do tempo…

Onde pára a equipagem?
O navio é grande…
No negrume da longa noite
Não assoma vivalma…

Clamo ao vento…
O bramir das ondas e o uivar do vento
São as minhas únicas respostas…

O mundo é um vazio imenso…
Ainda nele vive alguém?

Preciso de encontrar a foz do meu rio tranquilo…

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