Quando olhamos para o que se encontra
publicado sobre a história do Bombarral, pese embora o mérito daqueles que ao
longo dos tempos foram procurando registar alguma da nossa memória colectiva,
verificamos que pouco ou nada sabemos sobre o nosso passado.
Na falta de registo muito se vai
perdendo ou, pelo menos, tornando mais difícil de compreender e divulgar.
Anteriormente ao processo de criação do
concelho, são escassas as referências a eventos e aos protagonistas e muito de
interessante haverá para descobrir e tornar público.
Um desses episódios a precisar de
aprofundamento prende-se com a presença dos Templários no Bombarral.
Em Setembro de 1292 (20 anos antes da
sua dissolução por decisão do Papa Clemente V) os Templários subscreveram uma
Carta de Escambo (troca de bens) com um tal de Lourenço Dias a quem deram uma
propriedade situada em Toxe (Golegã) em troca de uma quinta situada entre o
Carvalhal e o Bombarral.
Que seja do meu conhecimento em nenhum
a publicação sobre a história do Bombarral é mencionada a presença dos
cavaleiros do templo nesta região.
Uma série de perguntas sobre esta troca
de bens carecem de respostas que muito contribuiriam para enriquecer a nossa
historiografia local: Que quinta era esta? Corresponderia a mesma aos actuais
Loridos? Que implicações teve a sua presença no Bombarral? O que atraiu os
Templários a estas terras, área de influência dos cistercienses?
Sensivelmente pela mesma altura (em
1248 com renovação em 1262) os monges de Cister tinham aforado a Quinta do
Bombarral ao alcaide de Alenquer D. Soeiro Peres de Azevedo.
A qualidade dos nossos solos e do nosso
clima não deixarão de ser dois factores de atractividade às terras do
Bombarral.
Esta carta de escambo encontra-se
preservada na Torre do Tombo, verdadeira caixa de tesouros da nossa história e
onde certamente haverá muito mais a descobrir em relação ao nosso passado.
(Texto publicado no jornal Região Oeste de 04 de Maio de 2017)
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