A entrada para o 1.º ano
do ciclo constituiu uma mudança profunda para mim.
Habituado a uma sala com
uma professora e meia dúzia de alunos ia agora para um labirinto de corredores,
salas, professores, horários e algumas centenas de alunos que eu não conhecia de
lado nenhum…
Entrei a uma
segunda-feira de início de Outubro… 11:30 horas, laboratório 1, ciências da
natureza… professora Júlia Bem-Haja…
Tudo muito estranho… tive
de me ir adaptando a algo absolutamente novo… a coisa começou logo mal… não
sabia onde me sentar… como havia um lugar vago ao pé de uma rapariga (Fátima
Mata Carlos) sentei-me achando que era algo absolutamente normal… big mistake… à tarde já circulavam papéis
na escola a anunciar o meu casamento com ela L
Quando sai à hora do
almoço encontrei ao portão o senhor Delmar Carvalho
(eu não sabia quem ele era…) que, não encontrando o filho e vendo-me sozinho e
perdido, foi comigo pela futura Av. Dr. Joaquim de Albuquerque (na altura em
terra batida e cheia de máquinas e nada de casas…) sempre a falar comigo… ele de
um lado da estrada eu do outro…
Coincidência ou talvez não
quando regressei de almoço o filho dele, Paulo José, e o João Adelino, estavam à
minha espera ao portão da escola e acompanharam-me o resto do dia… o Paulo
seria um dos dois amigos que eu haveria de ter nos longos anos em que permaneci
naquela escola…
Foi um ano difícil (como
seriam todos os outros)…
A minha primeira prova
foi a estudos sociais (professora Carla Marisa) e em 19 alunos tive a segunda
melhor nota (depois da Carla Albuquerque) o que também não ajudou nada a
integrar-me (calado, inadaptado e bom aluno? espectáculo…)
Recordo um incidente a
matemática… o professor Vítor Manuel perguntou-me quantos elementos compunha o
conjunto {0}… respondi que nenhum… ainda hoje
recordo a gargalhada de toda a turma pelo meu suposto erro… seguiu-se uma
enorme discussão com o professor que defendia o que eu tinha dito contra a
opinião de toda a turma…
Não fixei todos os
professores (Padre Sobreiro (moral), Dulce Simão (Inglês), Graça (Música), José
Luis (educação visual), Bandeirinha (educação física) e não me lembro dos de trabalhos
manuais ou de português…
A Dulce Simão tinha por hábito
dar nomes ingleses a todos os alunos (a mim calhou ser Michael)… pior sucedeu a
outro colega a quem ela decidiu dizer que tinha cara de Donald (ainda hoje tem
a alcunha de pato)…
No final do ano acabei com
as terceiras melhores notas (depois do Paulo José e do João Adelino) e penalizadíssimo
por todos os professores por não abrir a boca nas aulas…
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