Os dois
últimos anos na Escola Secundária Fernão do Pó foram particularmente maus –
dois anos a vagar sozinho pelos corredores sem ninguém dar pela minha existência…
Eu já
estava tão pouco interessado no que se passava que em Dezembro já estava tapado
de faltas e faltava só por faltar… para andar pelos corredores perfeitamente
perdido…
A
sociologia só fui à primeira aula quando pelas conversas dos outros no corredor
me apercebi que ia haver teste… não tinha o livro nem nunca tinha lido ou
ouvido falar nada sobre o assunto…
O teste
tinha cinco textos sobre os quais nós tínhamos de fazer uma análise… à falta de
melhor improvisei… escrevi o que eu entendia sobre os textos…
No dia
da entrega dos resultados todos tinham nota excepto o meu… mas como dizia
excelente não estava particularmente interessado em saber a nota (pensei para
os meus botões que até tinha corrido bem e portanto não interessava nada a
nota)… mas os meus colegas (que neste caso se deram ao trabalho de reparar que
eu existia) pressionaram a professora (Hilda, uma brasileira) para lhes dizer a
minha nota (se eu não existia ainda hoje não percebo a razão do interesse)… ela
acabou por admitir que não pôs a nota porque era 100% (a segunda melhor andava
pelos 85%)… menos mal… claro que dei o ano por passado e nunca mais liguei à
disciplina… acabando por descer para 17 no final do ano…
Mal mal
correu história – a professora era uma açoreana que começou logo bem – éramos apenas
12 na sala (8 raparigas e 4 rapazes) e ainda antes de dizer o nome disse que não
gostava de homens e que se não desse pela nossa presença não haveria problemas,
mas há primeira que lhe fizéssemos chumbava-nos… claro que tive de ter
problemas com ela… tínhamos um trabalho de grupo e como habitualmente fiz o
trabalho e pus os meus 3 colegas a apresentá-lo… quando a professora viu que
eles estavam a seguir um guião tirou-lhes os apontamentos e começou a reclamara…
como não gostei tirei-lhe a palavra e apresentei o trabalho de cabeça sem
recurso a apontamentos e ainda acrescentei informação extra… ela não gostou mas
calou-se… depois esteve 6 meses doente sem ser substituída… quando voltou em
Junho quis chumbar-me… o que vale é que na altura os professores não foram na
conversa dela…
Pior
foi no 11.º ano… as notas andaram todas pelos serviços mínimos (10 a 12) excepto duas – filosofia
e francês… na primeira estava pelos 8 e na segunda a professora (Brigite –
francesa a dar aulas pela primeira vez) andava pelos 14… no final do ano na
pauta apareceu um 12 porque, soube depois, os professores entenderam que se eu
tinha um 8 a
professora de francês não me podia dar um 14… critérios…
Dois
anos completamente perdidos…
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