Andava eu pelo 7.º ano a debater-me com a solidão dos
corredores quando dois colegas me abordaram com um argumento absolutamente
irresistível – todas as raparigas gostavam de quem experimentava droga… estava
na hora de eu experimentar para me integrar…
Eu até já tinha percebido que as raparigas gostavam mesmo
era de quem andava na bebedeira e a causar problemas na escola… bons alunos,
sossegados e sempre disponíveis para ajudar quem precisasse, não iam a lado
nenhum…(a cerveja é mais poderosa que os livros)…
Dos dois colegas um está hoje na mais absoluta miséria…
nunca se libertou do vício da droga e é quase um milagre como se mantém vivo…
O outro está um pouco melhor mas a droga está sempre
presente na vida dele…
Eu só não caí - e se o argumento era tentador (ainda hoje
seria) - porque sabia melhor do que isso… da solidão dificilmente me livraria
mas se caísse no vício então é que nunca mais teria uma vida normal (e sim nessa
altura era um idiota sonhador e acreditava que um dia ia ser feliz – não que hoje a minha idiotice tenha diminuído, só estou mais pessimista…)
É aqui que falham as famílias e as escolas que não prestam atenção
às crianças e jovens, não os sabem acompanhar e depois acaba por dar um mau
resultado…
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