Mistery at Dawn VII



Aos primeiros alvores da madrugada, levanto-me e avalio a situação…
O professor Álvaro pelos vistos era um bom líder… ninguém por aqui parece saber o que fazer sem ele… um grupo muito diversificado mas que carece de liderança… (por outro lado se sabia o que deixava para trás não se devia ter aventurado sozinho...)
N. vai ser a segunda no comando até percebermos o que fazer em concreto e X. também é melhor que qualquer um dos que aqui está… (como é que eu apareço no comando é algo que me ultrapassa)
É preciso reforçar a segurança… armazenar água e alimentos… cuidar do pónei e dos gatos… procurar informação e mais sobreviventes… distribuir tarefas…assegurar a limpeza do espaço… identificar quem cá está para vermos que mais valias possa haver…(e já agora que potenciais problemas...)
Percorro o espaço… num depósito estão dois carros com painéis solares… são de dois lugares mas se andarem é óptimo… haverá alguém que perceba disto?
Ah vá lá… por uma vez as coisas correm bem… está cá o professor que os construiu… assegura que até à hora de almoço os tem a trabalhar…
Recruto 3 indivíduos para me acompanharem numa missão especial…
Também constituo equipas:
12 vão novamente ao supermercado e vão trazer tudo o que puderem… N. vai com eles… está a ficar muito determinada… sofre pela família desaparecida mas confia em  mim e está a fazer tudo para me ajudar… também fica à responsabilidade dela a segurança do espaço – 25 estão em postos de vigia no interior e no exterior do espaço…
X. tem duas equipas com ela: 20 estão a limpar e arrumar o espaço, cuidar do pónei e dos gatos, 10 outros estão a completar os registos e a inventariar o que há e o que vai sendo trazido…
É preciso arranjar materiais para reforçar a vedação mas terá que aguardar que eu regresse… temo que muitas movimentações cheguem aos olhos e ouvidos errados…
Para já os restantes vão escavando uma vala em redor da vedação... sempre será um obstáculo... (vá lá eu perceber mas pás não faltam)
Vai ser preciso ter patrulhas para saírem do espaço vedado…. Ninguém parece vocacionado para isso… (nem eu, mas lá terá de ser)
N. fica no comando na minha ausência… não lhe agrada nada que eu vá explorar os arredores (mal sabe ela onde é que eu vou, se soubesse haveria tempestade…)
Os carros eléctricos estão a ronronar prontos a sair… os três elementos que me acompanham tremem por todos os lados… estou como eles mas o que vou fazer tem de ser feito… tremo mais do que eles... (ok … é egoísmo porque é pessoal mas não vou ter paz sem saber a resposta… e depois falta-me o mau pressentimento que sempre antecipa as más notícias…)
Seguimos com todas as cautelas por estradas secundárias até à nacional 8… se alguém por aqui está manteve-se escondido…
Seguimos até ao destino… com a aproximação a minha ansiedade cresce… tremo todo e começo a perder a respiração… aguenta… por algum motivo todos estão a tornar-se dependentes de ti…
A uma dezena de metros paramos… o trio monta segurança (não sei se valerá de algo mas enquanto fazem barulho terei tempo de fazer alguma coisa… se souber e for capaz)
Aproximo-me… adorava não estar nesta situação… mas sou burrinho e já não aprendo línguas novas…
Paro… receio avançar… um movimento quase imperceptível na janela… está alguém… o meu coração quase explode… a porta abre-se e sai ela… ar cansado e assustado… vem ter comigo…
- De alguma forma sabia que virias…
Há quatro dias que não sai de casa com receio… não sabe o que se passou mas de alguma forma acreditou que eu apareceria… pelos vistos só ela ficou para trás…
Lá está o meu ADN emotivo... lágrimas correm pelo rosto... pelo menos isto não correu mal...
Começa a escurecer e temos que voltar rápido… agora reparo que fiz mal as contas… quatro lugares nos carros para cinco pessoas… somos portugueses… resolve-se…
Conseguimos voltar antes do sol se pôr por completo…
N. torce o nariz ao ver a minha companhia…
Tudo correu bem durante o dia…(pelos vistos os gangs além de não serem muito espertos também não gostam de se aventurar...mas preciso de saber onde se movimentam, quantos são e onde se abastecem...)
Nesta noite não vou dormir, again, por isso escolho 4 pessoas que me parecem mais calmas (Vasco, o professor que compôs os carros, Catherine, uma enfermeira que se mostrou bastante activa durante o dia, Gianni, um italiano apanhado de férias no meio da confusão e o Ribeiro, segurança em supermercados) e vamos sair numa patrulha nocturna…
Levo comigo uma pistola e uma besta com uma dúzia de virotes…
Cada um dos quatro leva uma espingarda obtida no quartel…
Saímos e subimos por uma rua com habitações da década de 1940… atravessamos a linha de caminho de ferro e esgueiramo-nos entre prédios aparentemente vazios até chegarmos próximo do primeiro objectivo – a prisão…

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