Um povo que não se governa nem se deixa governar



Em Portugal existem leis para tudo e mais alguma coisa, o grande problema é que ninguém fiscaliza nada e ninguém cumpre nada.

Isto a propósito do incêndio em Pedrógão Grande em que uma das criticas feitas amiúde foi que o Estado não fiscaliza e não obriga os proprietários a cumprirem a lei e limparem os terrenos…

O problema é que se o Estado faz isso aqui d’el rei que são uns malandros que andam só na caça à multa (e se calhar muitos do que criticam a falta de fiscalização e de cumprimento da lei não hesitariam, em dizer o mesmo se lhes calhasse a eles ou aos seus eleitores…)…

Há uma cultura generalizada de não se cumprir regras, a par de uma igualmente generalizada falta de capacidade de planeamento, de organização, de gestão e operacionalização… 

Espantam-se muitos com o êxito da selecção nacional no europeu de 2016 (quanto a mim com a selecção mais fraca que já levamos a uma competição) mas o sucesso deve-se muito à capacidade de organizar e gerir, visando acima de tudo a concretização dos objectivos…

Portugal carece de líderes e sempre assim foi ao longo da história… Somos um povo com imenso potencial desperdiçado por falta de liderança e falta de organização …

E nem aceitamos líderes que tentem impor, têm de o ser naturalmente líderes e isso é uma raridade… Por isso tão poucos na nossa história… Viriato, Vimara Peres, Afonso Henriques, o Infante D. Henrique, Sebastião José de Carvalho e Melo e muito poucos mais…

E se lembramos a “maldição” de Bella Gutman ao Benfica, o certo é que o imperador romano Júlio César é que nos fez o diagnóstico perfeito: somos um povo que não se governa nem se deixa governar…


E 2000 anos depois ainda é uma verdade…

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